Dos 800 metros ao salto triplo, Geovana da Silva sonha com olimpíadas

Quando descoberta nos Jogos Escolares Venezianos (JEVS), em 2016, Geovana da Silva ainda nem sabia qual modalidade iria se dedicar. Foi observada e recrutada pelo Departamento Municipal de Esportes de Nova Veneza (DME) disputando os 800 metros rasos, passou por salto em altura e distância até que, sem querer, chegou na modalidade que foi vice-campeã brasileira sub-18: o salto triplo. 

Foi em uma competição no final de 2017, em Fortaleza, onde uma atleta de Nova Veneza não pôde competir. O técnico Roberto Bortolotto convocou Geovana para completar o time e surpreendeu o treinador no primeiro salto. “Eu fui no lugar dessa menina e no meu primeiro salto, pulei 9,78 e vi o Bortolotto gritar muito dizendo que achamos minha prova. Aí eu comecei a treinar e competir no salto triplo e estou aqui até hoje. Foi uma coincidência ótima”, pontua a atleta.

Foi com a empolgação do treinador, que a atleta realmente teve a certeza que esta modalidade era a que seguiria daquele momento em diante. “Comecei a levar mais a sério o atletismo depois que competi no salto triplo, vencer competições e conseguir a bolsa atleta, foi quando comecei me dedicar 100%”, explica Geovana.

A atleta da equipe de atletismo do DME conta que a maior dificuldade encontrada nestes cinco anos treinando foi se adaptar a alimentação. “No começo foi bem complicado, até hoje tenho um pouco dessa dificuldade, mas já melhorei bastante e estou conseguindo me adaptar 100%. Às vezes levo um sermão do Bortolotto, ele faz eu correr bastante, mas já estou muito mais acostumada”, comenta.

Desistir já esteve nos planos dela, mas o amor pelo esporte faz com que Geovana não consiga mais viver sem o atletismo. “É cansativo, mas sabemos que é preciso ir em frente. Já pensei em desistir várias vezes, mas aí parei e refleti e vi que não vivo mais sem o atletismo. Olho para a medalha e choro, penso que não posso desistir agora, que tenho muitas coisas para realizar. O atletismo mudou a minha vida e quero levar ele para o resto da minha vida” revela Geovana.

Além dos gritos de incentivo do técnico Bortolotto, a triplista busca inspiração na Núbia Soares, atleta olímpica de 2016 e 2020, além de ser campeã sul-americana na modalidade. “Eu sou apaixonada por ela, admiro muito a Núbia e o salto dela, acompanho desde que eu comecei na modalidade e virou a minha grande referência”, conta.

Preparação para os Jogos Abertos de SC

A 60ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) está programada para ocorrer entre os dias 24 a 30 de novembro, na cidade de São José. As provas do atletismo serão disputadas na cidade de Timbó, no norte do estado.  E Nova Veneza contará com seis atletas da equipe de atletismo do DME na competição. Geovana está entre os seis atletas. “É a minha primeira vez no JASC e estou muito ansiosa. Estou me preparando muito, porque é uma competição de alto nível, que obriga muito de cada atleta. Nossa equipe está treinando forte para poder trazer um resultado positivo para a cidade”, enfatiza.

O recorde da neoveneziana é 11,77 e ela quer chegar muito mais longe. “Meu maior sonho é alcançar os 15 metros e vou conseguir. Estou trabalhando muito para um dia chegar nessa marca, que é meu grande objetivo. E claro que a gente sonha com as Olimpíadas, é o máximo para um atleta. Eu assisti agora tudo dos Jogos de Tóquio e me imaginava o tempo todo lá, não custa a gente sonhar, é bom sonhar e ter objetivos para alcançar. Um dia eu quero dizer que saltei 15m e que fui atleta olímpica”, conta.